quinta-feira, 21 de outubro de 2010

VI Seminário de Educação Inclusiva - PUC/MG


Apresentação


A modernidade tem sido descrita, por diferentes intelectuais e humanistas, como um momento da história ocidental caracterizado por profundas transformações: nas tradicionais formas de organização social e política; nos sistemas de produção e distribuição de riquezas; e nas dinâmicas de produção e circulação de conhecimentos.

Ambiente de contradições, de tensão entre a individualização e as forças coletivas, a modernidade, ao contrário do que propunha seu ideário, inaugurou uma condição histórica, descrita como (re)produtora de mazelas evitáveis. A ciência, a técnica e a cidadania não confrontam problemas seculares relativos à fome, às doenças endêmicas, à miséria, ao acesso a educação, aos preconceitos sociais e a violência física praticada contra indivíduos ou grupos considerados “diferentes”.

Na diversidade de campos do saber que caracteriza a modernidade, a predominância do paradigma da identidade é sustentada pela valorização de teorias e de planos conceituais que se apropriam, se expandem e se engendram a partir de discursos e representações ligados à idéia de igualdade e/ou equivalências.

Por outro lado, o fracasso das grandes utopias políticas, sociais e econômicas, em si redutoras da alteridade, revelam o poder de interferência dos sujeitos que se erigem como autores de discursos sobre si mesmos. Isso se contrapõe à compreensão de que a história move-se refém das estruturas, em detrimento do sujeito como agente transformador/produtor da história.

Por isso, entre as questões que se impõem com mais vigor na contemporaneidade está o pensamento sobre o outro. Essa questão abre um leque de reflexões que requer um esforço analítico urgente: Quem é o outro? Qual é o lugar que o outro ocupa nos imaginários políticos, culturais e sociais? Como os imaginários políticos, culturais e sociais co-elaboram o eu e o outro? Quais discursos são produzidos para traduzir essa elaboração? Eles interferem no processo de transformação individual e coletiva? E mais, esses discursos interferem nas práticas sociais? As práticas sociais geradas a partir desses discursos interferem nos processos sociais?

O VI Seminário Sociedade Inclusiva, ao colocar em discussão os discursos e as práticas sociais elaboradas sobre o outro, para o outro e pelo outro, pretende abrir um espaço para o debate e a interlocução entre diferentes atores sociais, vinculados à academia, ao Estado e à sociedade civil, a respeito de suas experiências, conhecimentos e práticas. O objetivo é colocar em evidência os questionamentos críticos, os limites e os fundamentos necessários para o trabalho com a diferença.

Nenhum comentário: