terça-feira, 17 de novembro de 2009

Inclusão Escolar

Ensino
Alunos especiais não têm atenção adequada

Grazielle Santos
Belo Horizonte

“Durante minha trajetória na rede estadual de ensino, tenho percebido uma inerente dificuldade das instituições educacionais para lidar com ‘alunos de inclusão’. Trabalhei em escolas que atendiam muitos com autismo, síndrome de Down, surdos, mudos e com graves problemas psicológicos, que, enturmados normalmente, não recebiam atendimento especializado, uma vez que os professores de escolas regulares não são capacitados para lidar com uma situação dessa natureza, sem orientação alguma para trabalhar com esses alunos, que se veem obrigados a se adaptar a salas superlotadas e heterogêneas, impossibilitando ao professor qualquer tentativa de trabalho individualizado rumo à inclusão social. Os argumentos dos defensores dessa causa são de que não podemos discriminálos, encaminhando os a salas ou escolas especiais, pois perderiam a oportunidade de socialização, vindo a afetar o seu processo cognitivo. Um adolescente com síndrome de Down é completamente diferente de um com autismo. Muitos deles poderiam ter um desenvolvimento muito melhor, se tivessem um acompanhamento mais próximo, com pessoas qualificadas e o espaço físico da escola com arquitetura e equipamentos mais adequados. Isso seria uma forma de inclusão? Que inclusão é essa que tanto segrega e oferece péssimas condições de aprendizagem a esses discentes? Creio que isso é mascarar a verdadeira situação dos alunos de inclusão, impondo a eles mais uma exclusão propriamente dita do que o real processo de inclusão.”
Fonte: Jornal Estado de Minas/CARTAS/Espaço do leitor/17-11-2009

Nenhum comentário: